NEM TUDO QUE PARECE É!

É
neste contexto que nasce o preconceito, que é o resultado das frustrações das
pessoas, que, em determinadas circunstâncias, podem se transformar em raiva e
hostilidade. Indivíduos explorados e oprimidos, frequentemente pela própria
natureza, não podem manifestar sua raiva por si mesmos, deslocando sua
hostilidade para aqueles que estão á sua frente, e que não compartilham de seus
comportamentos, atitudes, condição financeira, ou simplesmente não se enquadram
em seus padrões, que são os padrões de quem os cercam e, ao olhar para o mundo
através de uma lente de categorias rígidas, não acreditam na natureza humana,
temendo e rejeitando todos os grupos sociais aos quais não pertencem.
O
preconceito e a discriminação podem ter suas origens nas tentativas que as
pessoas fazem para se conformar. E esta conformidade social ajuda a perpetuar o
ódio e o desrespeito àqueles que não comungam com o que achamos, ou, por muitas
vezes, temos certeza de que nossas crenças e opiniões são à base da verdade
social em que estamos inseridos.
Aqui,
chamamos a atenção para a sociedade, carregada de dogmas involuntários e outros
tantos voluntários a serem como a ave mitológica Fênix, que entrando em autocombustão
torna-se cinzas, para depois renascer transformada em algo melhor para os
outros e para si mesmo. Transformemos nossos preconceitos em conceitos de
liberdade, respeito, harmonia e paz, contribuindo para ajudar cada vez a
disseminar a justiça e a igualdade entre todos, construindo uma sociedade nova
a cada novo nascer do dia.
Uma
coisa é observar os outros, outra coisa é nos observarmos. Por tantas e quantas
vezes não nos vimos em outras pessoas. Na vontade de ser feliz, na loucura de
amar incondicionalmente, ou no sorriso liberto e espontâneo, pelo simples fato
de sorrir?
Olhemos
para o nosso espelho, e veremos que, ali, diante de nossos olhos, está somente
um reflexo do que somos. Não somos nós, e, ás vezes, nem se parece conosco, mas
inconscientemente, temos a certeza de que ali estamos nós.
Assim,
é a sociedade, olhamos para os outros e nos procuramos, quando não nos
encontramos, ficamos frustrados, não com o que vemos, mas com o que não vemos,
o nosso reflexo. Neste contexto, resta-nos a violência gratuita, o insulto, a
rejeição ou simplesmente a indiferença com situações que não vivemos ou não
aceitamos.
Assim
é o espelho da vida. Muitos procuram viver de reflexos, imagens ideais irreais
construindo desvalores sociais e culturas que serão perpetuados por gerações
que insistem em viver diante do espelho.
Nem tudo que parece é!
Tristeza e alegria misturam-se, em alguns momentos, de
forma harmoniosa para podemos viver nesta sociedade preocupada com aparências e
comportamentos. Quantas vezes um sorriso não escondeu várias lágrimas? Onde a
alegria não disfarçou a tristeza? Onde o canto não mascarou a dor de trazer a
natureza humana em sua essência e ato no cenário da vida.
É
difícil interpretar a vida. É difícil definir realidades. Elas não existem
simplesmente, não são independentes de nós. Elas são o que cada um de nós quer
que sejam... até, que chega o dia em que percebemos que nem tudo que parece é.
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